quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Intervalo

Como a maior parte de vós sabe a Missão da União Europeia para a Reforma do Sector de Segurança fechou no passado dia 30 de Setembro pelo que há alguns dias atrás deixei Bissau depois de dois anos e meio de intenso trabalho, desafios e sucessos.

Neste momento de despedida gostaria de agradecer a todos aqueles que contribuíram decisivamente para que a Missão cumprisse o seu mandato e alcançasse os seus objectivos, e que de uma maneira ou outra ajudaram a fazer desta experiência uma aventura inesquecível.

Uma palavra especial para aqueles que mais de perto trabalharam com a Missão seja em Bissau ou em Bruxelas, e que sempre se manifestaram atentos e disponíveis, contribuindo para o sucesso da mesma.

Um sentido obrigado ainda a todos os Guineenses que compreenderam o esforço da Missão e que sempre estiveram do nosso lado, proporcionando-me um maior conhecimento da realidade local e do seu maravilhoso e acolhedor país.

(...)

Aos muitos amigos que ficam, espero um dia encontrá-los.

Até breve.

Miguel

(email enviado a 14 de Outubro de 2010).

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Fora de portas

O Estádio do Restelo, em Lisboa, acolhe hoje às 19h30, o particular entre as seleções da Guiné-Bissau e Cabo Verde, numa partida que servirá para preparar a qualificação para a Taça Africana de Nações 2012.

http://www.record.xl.pt/Futebol/Internacional/interior.aspx?content_id=497440

terça-feira, 2 de novembro de 2010

O valor do tempo

Os amigos de Bissau da Marisa estão a organizar uma missa em sua memória. A celebração terá lugar no próximo Sábado, dia 06 de Novembro, às 19:00 horas na Catedral (de Nossa Senhora da Candelária) de Bissau.

sábado, 30 de outubro de 2010

Ilha fantasma

As despedidas aproximavam-se e faltava ainda regressar a Bolama. Não queria deixar de lá ir, não só pelos amigos e conhecidos mas também por ser aquela ilha tão simbólica e ter sido a primeira ilha da Guiné-Bissau que visitei há cinco anos atrás quando estive pela primeira vez no país.

As vias de comunicação continuam a ser as mesmas do passado e não sofreram grandes melhorias. A canoa pública não deixou de ser a forma de transporte mais frequentemente utilizada pelos locais (e mais alguns) para se deslocarem entre Bissau e Bolama carregados de sacas de mantimentos e de tudo o mais um pouco. No entanto, para lá chegar, tal como da primeira vez, dei a volta. Aproveitando o 24 de Setembro, demorei cinco horas, passando por Buba e Fulacunda. As estradas de terra vermelha alaranjada já terão visto melhores dias e quase metade do caminho é feito em picadas. Na parte final os buracos são crateras mas ficamos grandemente a ganhar com a opção. A paisagem verde e frondosa interrompida por tabancas mais ou menos espaçadas é inspiradora. A pobreza da população é ainda mais marcante aqui. Em São João do Campo, quando a estrada acaba, há que atravessar de canoa.

Bolama é hoje um fantasma do passado. Uma ilha abandonada e onde nada parece alterar-se com o passar do tempo. A degradação das casas e das poucas estradas ou ruas existentes é enorme. A vegetação no fim da época das chuvas cresceu tanto que se torna difícil encontrar as bermas do caminho. Os carros são uma raridade e falar em água canalizada ou luz eléctrica é utopia. Não há memória de melhoramentos ou arranjos.

Ao contrário da grande parte das outras ilhas não é habitada por Bijagós, o que se explica pela sua história e grande proximidade ao continente. Em Bolama podem ser encontrados membros de quase todas as etnias da Guiné-Bissau e o seu relacionamento é pacífico, mostrando bem como os problemas do país não têm origem na diversidade.

A cidade de Bolama fica na ilha com o mesmo nome, a cerca de 40km a sul de Bissau. Em 1941 deixou de ostentar o título de capital da antiga Guiné Portuguesa e com isso foram-se também os seus anos áureos (no ano seguinte Bissau passa a ser a capital). Esta grande cidade de outros tempos foi perdendo aos poucos as suas formas e hoje o estado de degradação é avassalador. Este processo arrepiante não parece ter retorno face às dificuldades do país e à falta de apoios nesta área. Por outro lado a apatia da população mais preocupada com outros problemas, como a sua subsistência, não contribui para pintar de outra cor o quadro. A maioria não acredita que pode ser diferente. A tendência está mais perto da morte lenta do que do renascer esplendoroso.

Os imponentes edifícios da época colonial persistem em manter-se de pé, invadidos pelo tempo e pelas plantas e animais. As colunas da antiga Câmara Municipal ou Palácio do Governador em companhia de cabras e grandes mangueiras dominam a praça do império e dão um ar ainda mais majestoso ao declínio. Torna-se difícil descrever aquilo que já foi um grande centro, cheio de vida e onde os portugueses se estabeleceram. As casas de construção colonial com as suas varandas e telheiros destruídos estão ainda lá e ajudam a imaginação. A antiga escola de formação de professores do país não caminha para fim melhor. Salva-se a igreja matriz recentemente restaurada. A atmosfera do local é ao mesmo tempo, apesar da destruição e abandono, verdadeiramente inebriante e de uma beleza sinistra.

As horas de maior agitação na ilha passam pela chegada da canoa pública ao porto ou pelos jogos de futebol da equipa local, o Estrela Negra de Bolama (patrocinado pela AMI). As actividades na ilha são muito limitadas e os saltos para a água ou os jogos de bola de rua ocupam o tempo dos mais jovens. A vida económica da grande maioria das famílias depende da apanha do caju mas não chega para o ano inteiro.

Como seria de esperar a ilha encontra-se hoje praticamente desprovida de instalações turísticas. O antigo Hotel de Turismo é hoje uma miragem em ruínas. A melhor (e provavelmente única) opção de alojamento fica na ONG Prodepa (Projecto de Desenvolvimento de Pesca Artesanal) junto ao porto, onde se conseguem arranjar quartos simples mas bastante agradáveis e acessíveis.

A praia de mais fácil acesso e a cerca de uma hora de caminho a pé do centro da cidade é a praia de Ofir. As ruínas do tempo colonial ornamentam o quadro e são acompanhadas de mangais, grandes palmeiras e vacas a pastar. Os pedaços da antiga escadaria que nos conduz até à areia convidam-nos a descer e a desfrutar de longos banhos nas águas calmas e escuras do mar de Bolama e do magnífico cenário do local.

Os olhos grandes e castanhos estavam lá também e receberam-me da melhor maneira tal como o grupo inteiro. Obrigado. As caixas com roupas e comida não deixaram de fazer sucesso.

Assim se aproveitou da melhor maneira os últimos dias.

http://www.lonelyplanet.com/guinea-bissau/sights/beach/ilha-de-bolama

http://ec.europa.eu/delegations/delgnb/guia/1.htm

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Cartão Amarelo

A RDP-Africa noticiou que a Ministra do Interior da Guiné-Bissau, Adja Sato Camara, está suspensa das suas funções por ter alegadamente desobedecido às ordens do Primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior.

Segundo um despacho com data de 26 de Outubro, assinado pelo Primeiro-ministro, a Ministra do Interior é substituída interinamente no cargo por Luís Oliveira Sanca, actual Ministro da Administração Territorial.

O despacho acusa a Ministra do Interior (próxima do Presidente, Malam Bacai Sanha) de desafiar a autoridade do Primeiro-ministro, ostensivamente, atitude imperdoável e que não se coaduna com as responsabilidades de um membro do Governo.

O despacho de Carlos Gomes Júnior determina ainda que “estão suspensas todas as promoções tanto no seio das forças armadas como no âmbito do Ministério do Interior, ide forma a não perturbar ou prejudicar o processo de reforma em curso no sector de defesa e segurança”.

Remodelação governamental?

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Dia de consulta

Segundo a imprensa, "o Presidente guineense, Malam Bacai Sanhá, foi hospitalizado este Sábado, 23 de Outubro em Dakar, capital do Senegal, devido a um «mal-estar».

Malam Bacai Sanhá despediu-se discretamente este Sábado da sua equipa no aeroporto de Bissau quando partia subitamente para Dakar a fim de efectuar exames médicos. Fontes próximas da presidência indicaram que o presidente foi vítima de um «pequeno incidente cardiovascular», apresentado como um «mal-estar»."

http://www.luandadigital.com/noticias.php?idnoticia=7744

domingo, 24 de outubro de 2010

Época de saldos

O Governo da Guiné-Bissau, através da Direção Geral das Alfândegas, colocou à venda o avião apreendido em Julho de 2008 no aeroporto Osvaldo Vieira, em Bissau, por alegado envolvimento no narcotráfico.

A venda vem publicada num anúncio no jornal No Pintcha referindo que o aparelho, um jacto Gulfstream IIB, está à ser posto à venda na «sequência de infração aduaneira de contrabando de produtos farmacêuticos cometidos pelo comandante da aeronave N351 SE, esta última declarada perdida a favor do Estado da Guiné-Bissau por ter sido utilizada como instrumento para a comissão da infração em referência».

No anúncio, a Direcção Geral das Alfândegas da Guiné-Bissau comunica que a aeronave será vendida no estado em que se encontra, no local onde está estacionada e com a matrícula com que se encontra.

http://www.ionline.pt/conteudo/84796-guine-bissau-aviao-apreendido-alegado-trafico-droga-posto--venda

Capacete de ferro

O Governo da Guiné-Bissau propôs ao Presidente da República do país, Malam Bacai Sanhá, a nomeação do Coronel Augusto Mário Có para o cargo de Chefe do Estado-Maior do Exército, refere um comunicado divulgado no dia 22 de Outubro.

O Coronel Augusto Mário Có notabilizou-se durante o conflito de 1998/99 no país, tendo a então rádio da junta militar, hoje rádio Bombolom, ajudado a popularizar a sua alcunha de "Capacete de Ferro".

O coronel Augusto Mário Có ocupava até agora o cargo de vice-chefe do Estado-Maior do Exército.

http://dn.sapo.pt/inicio/globo/interior.aspx?content_id=1693697&seccao=CPLP

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Os desafios da ciência regional

1.º Congresso de Ciência e Desenvolvimento Regional na Guiné-Bissau

Gabu – 24 a 30 de Janeiro de 2011

"A organização do Congresso (...) tem como objectivo o lançamento da Ciência Regional no país, na Região Africana onde se situa e em África, e tem como pressupostos interligados:
a)que o saber, o conhecimento e a informação são essenciais ao desenvolvimento sustentável das pessoas e dos sítios;
b)que o saber, o conhecimento e a informação devem ser criados localmente e integrados globalmente;
c)e que a ciência regional permite – completando e complementando outras abordagens - integrar e dar escala aos vários saberes disciplinares e plurais da Guiné-Bissau tornando-os mais efectivos em termos do desenvolvimento sustentável das pessoas e dos sítios do país.

A escolha de Gabu como local do Encontro tem fundamento. De facto a região administrativa de Gabu integra o lugar simbólico de Madina de Boé, berço da fundação da Guiné-Bissau. Por outro lado, Gabu encontra-se perto de um dos centros de distribuição mais importantes de África, na separação das bacias ambientais e civilizacionais dos rios Geba, Gâmbia, Senegal e Níger. Finalmente, porque a partir das pessoas aí enraizadas se estabeleceram relações com Universidades e Centros de Investigações Científicas da Gâmbia, do Senegal, da Guiné-Conacri, do Mali, do Níger, da Algéria, de Angola e Moçambique e, naturalmente, de Cabo Verde."

Datas importantes:
30 de Outubro de 2010 - recepção de resumos
2 de Novembro de 2010 - aceitação dos resumos
15 de Dezembro de 2010 - recepção final das comunicações

Presidente da Comissão de Organização
Augusto Idrissa Embalo
Email: idrissaembalo@hotmail.com
Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa - INEP

Secretariado
Elisabete Martins
Email: apdr@apdr.pt; elisabete.martins@apdr.pt
Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Regional - APDR
Universidade dos Açores - DCA

Mais informações em: http://www.apdr.pt/encontros/guine/index.html

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Pirâmide artificial

As notícias que circulavam há já algumas semanas foram finalmente confirmadas na 5ª feira passada, dia 7 de Outubro, com a nomeação do Contra-Almirante Bubo Na Tchuto para a chefia da Marinha da Guiné-Bissau. De lembrar que no dia 1 de Abril deste ano, Bubo Na Tchuto e o General António Indjai não só destituíram o Almirante Zamora Induta da chefia do Estado-Maior General das Forças Armadas, como chegaram a prender, durante algumas horas, o Primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior. Num momento em que as relações da Guiné-Bissau com (parte d)a comunidade internacional se encontra muito fragilizada, o anúncio da escolha para o cargo de um dos principais suspeitos de envolvimento no narcotráfico da região nada vem ajudar ao desenvolvimento dos acontecimentos. Continuam em Bissau as nomeações políticas livres de qualquer pressão militar…

Deixo parte relevante de artigo recente do jornal Público sobre o assunto.

“O Presidente, Malam Bacai Sanhá nomeou o contra-almirante, Bubo Na Tchuto, Chefe do Estado-Maior da Armada da Guiné-Bissau, mas a representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Catherine Ashton, lamentou-o profundamente.

Bacai Sanhá explicou ter recolocado Bubo Na Tchuto no lugar que já em tempos desempenhara por entender que isso poderá contribuir para a estabilidade de um país muito agitado. Mas a UE, por seu turno, destacou o “papel desestabilizador” de Bubo nos acontecimentos de 1 de Abril último, quando o general António Indjai o foi buscar às instalações das Nações Unidas onde se encontrava refugiado e juntos prenderam o então chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas, Zamora Induta.

“É uma tentativa do poder legítimo da Guiné-Bissau, do Governo e da Presidência da República, de criar um clima propício para a implementação da reforma do sector de defesa e segurança”, afirmou Malam Bacai Sanhá aos jornalistas, enquanto Catherine Ashton recordava que o oficial em causa se encontra sujeito a sanções por parte de entidades internacionais, designadamente norte-americanas, por se ter considerado que estava envolvido no narcotráfico que dilacera a vida da África Ocidental.

“A comunidade internacional vai compreender a nossa posição, como compreenderam sempre. Vai compreender a necessidade que nós temos de estabilizar este país e nós estaremos à altura de dar essas explicações”, disse o Presidente guineense, depois de haver recolocado Bubo no lugar que tivera até Agosto de 2008, quando foi acusado de actividades golpistas pelo então chefe do Estado-Maior General, general Tagme Na Waie, que viria a ser assassinado em 1 de Março do ano passado.

(…)

De acordo com as palavras da britânica Catherine Ashton, a recolocação de Bubo Na Tchuto à frente da Armada confirma, se necessário fosse, a militarização da política naquela antiga colónia portuguesa, onde nos últimos sete meses Presidente e Governo têm feito quase tudo o que é desejado por alguns oficiais generais.

Em Junho, o Tribunal Militar guineense arquivou as acusações de alegada tentativa de golpe de Estado que haviam sido formuladas contra Bubo Na Tchuto; e, a partir daí, ele começou a exigir que o colocassem de novo no Estado-Maior da Armada. Isto apesar de o departamento norte-americano do Tesouro o ter colocado na lista internacional de narcotraficantes."

(…)

http://www.publico.pt/Mundo/almirante-que-washington-considera-narcotraficante-foi-colocado-a-frente-da-armada-da-guinebissau_1460395

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Vagas internacionais

AMI - Guiné-Bissau





ENFERMEIRO/A
Partida: 15 Outubro
Duração: 6 meses a 1 ano
Requisitos preferenciais
• experiência profissional em enfermagem;
• experiência em formação;
• experiência em técnicas de facilitação de grupos.

MÉDICO/A
Partida: 15 Outubro
Duração: 3 meses (mínimo)
Requisitos preferenciais:
• experiência em formação;
• experiência em técnicas de facilitação de grupos.

Os candidatos deverão enviar ficha de voluntário e currículo vitae para: paula.pedro@ami.org.pt

http://www.ami.org.pt/default.asp?id=p1p8p59p183p420&l=1&l=1

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Morabeza aqui ao lado

A ilha da Boa Vista, com uma superfície de 620 Km2, é a terceira maior ilha do Arquipélago de Cabo Verde e aquela que tem menor densidade populacional, com pouco mais de 5000 habitantes. O ponto mais alto da ilha é o Pico da Estância com 390 metros. Junta-se à ilha do Sal no conjunto das mais planas do país.

Conhecida como a ilha de origem da "morna", um dos estilos musicais mais famosos do país, a Boa Vista é uma ilha que só conheceu o desenvolvimento no início do séc. XVII, quando foi descoberta a grande qualidade do seu sal. A exploração deste negócio foi feita maioritariamente pelos ingleses. Anteriormente era apenas utilizada como ilha de criação de gado, como aliás acontecia com outras ilhas do arquipélago que tinham pouca ou nenhuma água. A primeira localidade recebeu o nome de Povoação Velha.





Sol, praia e mar constituem hoje os maiores atractivos. A ilha é caracterizada por um conjunto de imensas dunas de areia branca com oásis ocasionais de tamareiras, a vegetação mais típica da ilha. A Boa Vista conta com cerca de 55 km de praias de areia branca e um mar de águas límpidas e cristalinas. A hospitalidade natural dos cabo-verdianos da ilha conquista facilmente, o que torna a estadia ainda mais agradável. Ao que se junta uma saborosa gastronomia local abundante em atum e peixe-serra, temperada aqui e ali com pratos da cozinha italiana.

Actualmente a ilha é explorada turisticamente por italianos, os primeiros a descobrir este potencial da Boa Vista. É um local ideal para quem procura umas férias repousantes, rodeado de muita natureza e longe dos grandes centros turísticos. A melhor escolha para alojamento passa por fugir dos grandes hotéis e optar por ficar em Sal-Rei, a pequena e atractiva capital dominada pela paz e tranquilidade. Andando a pé pode-se chegar a todo o lado e quase não circulam automóveis. Na praça central da vila podem-se comer gelados italianos… Nesta vila, infelizmente algo descaracterizada, ainda se podem encontrar vestígios de outros tempos coloniais. Com esforço são visíveis as lembranças de um rico passado comercial.





Embora a ilha se apresente como um pequeno deserto, a sua paisagem é atraente e diversificada, proporcionando passeios onde as vistas são deslumbrantes. Não sendo favorecida em vias de comunicação, a melhor opção é o aluguer de um jipe ou moto quatro, o que permite sem grande dificuldade conhecer as inúmeras praias desertas da ilha. Uma das mais conhecidas, a praia de Santa Mónica tem 18 km de extensão.

A ilha é também um dos principais locais mundiais de desova das tartarugas marinhas, podendo ser observadas tartarugas verdes, pardas, de casco levantado e vermelhas ou cabeçudas. A Boa Vista é igualmente um excelente local para desportos náuticos e tem óptimas condições para mergulho.




http://www.conscv.nl/caboverde/boavista.html

http://aeiou.visao.pt/ilha-da-boa-vista-os-ultimos-dias-no-paraiso=f526979

http://www.migrante-guesthouse.com/migrante_normal.htm

http://www.rotas.xl.pt/0206/7200.shtml

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Cabaz di Terra

A pedido da organização:

"A Artissal, em parceria com a COAJOQ, DIVUTEC, KAFO, “I SABI” e Tiniguena irá inaugurar a Loja “Cabaz di Terra” no dia 17 de Setembro pelas 16h, em Bissau velho, junto ao Restaurante Tamar.

O projecto CABAZ DI TERRA é uma iniciativa de um grupo de Organizações Não Governamentais estabelecidos em diferentes regiões da Guiné-Bissau. O seu objectivo é apoiar os produtores locais, que contam com poucos meios de subsistência e com dificuldades de acesso ao mercado e outras áreas de actividades económicas.

A estrutura Cabaz di Terra fruto desta parceria, é um espaço comercial acordado e organizado por todos, em unir esforços para vender os produtos criados na nossa terra, nosso espaço.

Cabaz di Terra vem assim dinamizar a economia local, revitalizar a produção nacional estreitando os laços entre os produtores e os consumidores e o incentivo em geral ao consumo do que é nosso. Neste espaço, pode-se encontrar cada produto com a sua pequena história, seu começo, sua evolução.

Será também um lugar de sensibilização do público em geral sobre questões como o comércio justo e solidário, o consumo responsável e outras preocupações sociais e de sustentabilidade nacional.

Através da compra de qualquer produto do Cabaz di Terra estará a colaborar de forma directa com os produtores nacionais e com este colectivo para que possa continuar seu trabalho de valorização da produtividade local.

Visite-nos e encontrará uma vasta gama de produtos nacionais e tradicionais, produtos de qualidade física e histórica. Abraçamos o acondicionamento apropriado, a imagem e ainda a criatividade, utilidade e beleza."

Para mais informações contactar:
cabazditerra@gmail.com
+2456190907 / +2455407884 / +2456604078
http://cabazditerra.blogspot.com/

domingo, 5 de setembro de 2010

Festa da vitória

"A selecção de futebol da Guiné-Bissau venceu este sábado o Quénia por 1-0, em jogo da fase de qualificação para a Taça das Nações Africanas de 2012, colocando fim a mais de 10 jogos sem vencer oficialmente. No final do jogo, milhares de guineenses sairam para as ruas a comemorar a vitória.

No encontro que marcou a estreia do português Norton de Matos como selecionador da Guiné-Bissau, o golo que ditou o triunfo foi apontado aos 76', por Nichi (Dionísio Fernandes), capitão da equipa e jogador do Fátima, em Portugal."

O próximo jogo da selecção será em Outubro contra Angola em Luanda.

http://www.record.xl.pt/Futebol/Internacional/Portugueses/interior.aspx?content_id=461230

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Projecto de água e saneamento - vaga de coordenador

http://www.vida.org.pt/

ANUNCIO DE VAGA – GUINÉ-BISSAU
Estão abertas candidaturas para o posto de COORDENADOR DE PROJECTO DE ÁGUA E SANEAMENTO na GUINÉ-BISSAU até ao próximo dia 12 de Setembro de 2010.

Para mais detalhes ver http://www.vida.org.pt/pdf/ANUNCIO_CoordenadorGB2010%20_ultimo_.pdf

Para formalizar a sua candidatura deve preencher o formulário de candidatura e enviar com o CV para vida@vida.org.pt.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Why a Stabilisation Force?

Artigo de David Zounmenou, senior researcher, African Conflict Prevention Programme (ISS Pretoria), publicado a 10 de Agosto.

"It is a well-known historical fact that the army remains the most important factor of instability in Guinea Bissau, using violence with ease to effect control over other branches of the state for its own sake. It is the same old guerrilla force that fought the Portuguese colonial power since the 1950s under the leadership of Amical Cabral that constitutes the bulk of the armed forces, ill-disciplined and without any socio-economic survival alternative. While a number of reforms have been initiated, none has so far produced the expected outcomes. Bearing this in mind, one could argue that although the president of Guinea Bissau had strategic considerations in nominating the new chief of the army, that is to gain control of the army in order to reinforce his authority, his appreciation of the situation failed to anticipate the reaction of the international community. In fact, it clearly appears that the president does not have the necessary leverage to impose his authority on the army and the country. For, if he was not able to allow Indjai to take over from Zamora forcefully as the new army chief of staff, it is highly likely that Indjai's next move could be to depose him if not to physically eliminate him.

This background is necessary in understanding the context in which President Sanha calls for help. President Malam Bacai Sanha found himself locked in a power game, which keeps the country and the reform process hostage. His call for the stabilization force acknowledges that the balance of power is not in his favour and this could be an impediment to the successful post-conflict reconstruction in spite of all his good political will. Perhaps, rather than pointing at the failure of the political and the military elite, or his inability to rule the country, this call should be taken seriously, its contours clearly defined, the mandate specifically crafted and the timeframe strategically assigned. The army has agreed to welcome that force provided that it is approved by parliament and that sufficient details are given to the military hierarchy on its structure and mandate. However, this stabilisation force will be useless if it is not incorporated in a revised and adapted post-conflict reconstruction programme that creates the framework for the development of an effective state administrative capacity, a coherent socio-economic plan and an incentive for security sector reform. One of the contentious issues with regard to the latter is the absence of a plan to resolve the perennial problem of war veterans. The authorities in Guinea Bissau have identified nearly 6,000 military veterans, according to a recent census as part of a push for security reforms aimed at ending a cycle of coups by an overly-powerful army. According to the Defense Minister, Aristides Ocante Da Silva, the census will allow the country to have a reliable database to better manage the conditions of war veterans. Better conditions, it is hoped, will encourage veterans and older servicemen to leave the army, which many are reluctant to do, and help the country to meet its demobilisation targets. The goal is to reduce the size of armed forces from almost 4500 to 3440 men to be in conformity with the number set by donors (nota minha: para ser mais correcto o número não é determinado pelos doadores mas antes pelas próprias autoridades da Guiné-Bissau conforme Documento de Estratégias Nacional aprovado na Assembleia Nacional Popular em Janeiro de 2008) in the context of reforms of the armed forces."

Para ler o artigo completo:
http://www.reliefweb.int/rw/rwb.nsf/db900SID/EGUA-887MRG?OpenDocument

Reencontro

"O Centro InterculturaCidade tem o prazer de convidar para a abertura da Exposição de Pintura e Desenho "Reencontro", de Carbar e Maio Coopé, que terá lugar no dia 21 de Agosto (Sábado) a partir das 18 horas."


Centro InterculturaCidade
Rua dos Poiais de São Bento, n.º 73.
1200-346 Lisboa
http://interculturacidade.wordpress.com

À beira-rio em Cacheu

Cacheu já foi grande. Hoje está meio abandonada. Foi a primeira feitoria estabelecida pelos navegadores portugueses na África ocidental e a primeira capital da Guiné portuguesa. A sua fundação teve lugar em 1588 e serviu de entreposto para o comércio de escravos. Para esse efeito foi criada em 1675, a Companhia de Cacheu. A zona esteve dependente de Cabo Verde até à criação da província da Guiné Portuguesa, em 1879.

Os vestígios da época colonial já não são muitos e acompanham a degradação geral da cidade. O fortim é o ex-libris dessa distante época. O estado de degradação da sua estrutura é bem visível e nada parece estar a ser feito para que o mais provável não aconteça. O que nos leva a imaginar que brevemente também este património histórico desaparecerá.

Na cidade podem encontrar-se ainda algumas casas coloniais, a Casa Gouveia e o armazém de frutos. Infelizmente também sem grande futuro à vista.










A cidade costeira de Cacheu situa-se no noroeste da Guiné-Bissau, na margem esquerda do rio com o mesmo nome. O seu centro urbano conta actualmente com pouco mais de 15000 habitantes.

A padroeira de Cacheu é Nossa Senhora da Natividade.

Almoçámos no contentor à beira-rio. Último fim de semana da V e F.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Cacheu_(cidade)

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Fim anunciado

Hoje à tade, pelas 16h, na Delegação da União Europeia em Bissau, será lida a tradução para português do seguinte comunicado de imprensa:

"The EU's security sector reform mission in Guinea-Bissau (EU SSR Guinea-Bissau), having completed its mandate, will close down on 30 September 2010.

Launched in June 2008, the mission has provided advice and assistance to the local authorities on security sector reform (SSR) in Guinea-Bissau. The mission, which was conducted under the Common Security and Defence Policy (CSDP), notably assisted Guinea-Bissau in developing a complete package of basic laws and some secondary legislation. The Guinea-Bissau authorities now have a solid legal framework to start implementing the national SSR strategy, restructure the Armed Forces and establish new police bodies. Specific projects have also been prepared, in cooperation with the European Commission and other international stakeholders, and are now ready to be presented to international donors for funding.

Although the mission has achieved significant results, political instability and the lack of respect for the rule of law in the country make it impossible for the EU to deploy a follow-up mission, as originally foreseen, without compromising its own principles.

Following the mutiny of April 2010, the EU repeatedly expressed its concern regarding the violation of constitutional order, illegal detention of civilian and military leaders and impunity of perpetrators. The EU intensified its political dialogue with the Guinea-Bissau authorities and asked for clear signs of commitment to the principles of the rule of law. The recent nomination of General Antonio Indjai to the post of Chief of Defence Staff constitutes another setback to the process of democratic consolidation and confirms that the conditions for deployment of the new mission are not met.

The EU remains firmly committed to security, stability and peace in Guinea-Bissau. It will join forces with other stakeholders, notably with the Economic Community of West African States (ECOWAS) and the UN, and continue to accompany security sector reform with an appropriate set of instruments, on the basis of national ownership and accountability. Nevertheless, the EU is convinced that its support to Guinea Bissau must be matched by an unequivocal commitment on the part of the national authorities to a real respect of democratic principles, human rights and the rule of law."

More information on: www.consilium.europa.eu/eu-ssr-guinea-bissau

domingo, 1 de agosto de 2010

Estabilização com força internacional

"As autoridades políticas e militares da Guiné-Bissau concordaram, hoje, com o princípio da vinda de uma força de estabilização, disse à imprensa um porta-voz da presidência guineense. Em declaracões à imprensa, à saída de uma reunião do Conselho de Defesa Nacional guineense, presidida pelo Presidente Malam Bacai Sanhá, o porta-voz Soares Sambu afirmou que essa decisão havia sido tomada e que seriam agora iniciadas as formalidades necessárias.

Segundo Soares Sambu, a aceitação da futura força vem na sequência dos apelos nesse sentido feitos à Guiné-Bissau nas recentes cimeiras de chefes de Estado e governo realizadas na cidade de Sal, Cabo Verde, na cimeira da CPLP que se realizou em Luanda, Angola e as decisões da cimeira da União Africana, que se realizou em Kampala, Uganda.

"O Presidente está tratando de criar consenso e tentar difundir toda a informação relativamente às principais decisões em relação à Guiné-Bissau, particularmente em relação aos esforços que estão sendo desenvolvidos junto à comunidade internacional na mobilização de apoios para o processo da reforma do setor de Defesa e Segurança", indicou o porta-voz da presidência guineense.

Questionado pela agência Lusa sobre o mandato e a composição da futura forca de estabilização da Guiné-Bissau, Soares Sambu afirmou que, por enquanto, essas questões ainda não foram definidas.

"Ainda há algumas etapas a serem percorridas, isso requererá um processo interno que vai ter que ser realizado. O Estado-Maior General das Forcas Armadas vai ter que reunir, os resultados dessa reunião vão ser transmitidos ao Executivo que, naturalmente, vai deliberar e, por fim, submeter a sua deliberação ao Parlamento e depois o Presidente promulgará a decisão que sair dessa instancia", disse Soares Sambu, conselheiro político e diplomático do Presidente guineense.

O porta-voz da presidência não soube dizer se a força estará na Guiné-Bissau antes do final deste ano, no entanto, Soares Sambu notou que o trabalho para a sua vinda vai ser iniciado brevemente.

"O formato nem está ainda definido (...). Diferentes missões, quer da União Africana, CEDEAO e CPLP virão ao país e com as nossas autoridades políticas e militares vai ser definido um conjunto de questões em relação ao mandato, ao formato, quero dizer, um conjunto de questões militares, que eu desconheço neste momento", sublinhou Soares Sambu."

(...)

http://sic.sapo.pt/online/noticias/mundo/guinebissau+aceita+presenca+de+forca+de+estabilizacao.htm

terça-feira, 27 de julho de 2010

Dar a Vida sem Morrer - parte 3

"Catarina Furtado embarca hoje (Domingo, dia 25 de Julho) para a Guiné-Bissau, onde estará durante nove dias a gravar o terceiro de quatro documentários sobre saúde materna naquele país. Mais um capítulo do projecto Dar a Vida sem Morrer, que resultou de um donativo que a apresentadora da RTP1 reuniu numa emissão especial de Dança Comigo, já lá vão dois anos.

No primeiro documentário, a embaixadora do Fundo das Nações Unidas para a População mostrou o lançamento da primeira pedra do bloco operatório que cobre as regiões de Gabu e Mansoa. No segundo, a construção do mesmo. Neste, pretende mostrar o que aconteceu, agora que o bloco já está a funcionar. "Quantas mulheres deixaram de morrer, quantos meninos nasceram em condições, com assistência, com cesarianas...", enumera, satisfeita com o donativo extra do Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento (IPAD), que lhe permitirá fazer um quarto documentário.

"O IPAD percebeu que as coisas estavam a correr bem e decidiu alargar a proposta a uma outra zona também esquecida, que é Bafatá, e arranjou mais 400 mil euros. No quarto documentário vamos mostrar o que foi feito lá", conta. Este projecto ocupará Catarina Furtado durante, pelo menos, mais um ano."

http://dn.sapo.pt/inicio/pessoas/interior.aspx?content_id=1626199

domingo, 18 de julho de 2010

Dobradinha da águia

"A equipa de Sport Bissau e Benfica campeão nacional da presente época desportiva ergueu pelo terceiro ano consecutivo a Taça da Guiné em Futebol ao bater os Balantas de Mansoa por 2-1 no Estádio Lino Correia, uma partida que contou com a presença do Presidente da República acompanhado da sua esposa.

Ao longo dos 90 minutos as duas equipas proporcionaram um belo espectáculo de futebol com pendor ofensivo para os encarnados, facto que lhe permitiu a inaugurar o placard aos 25 minutos por intermédio do seu avançado Anssumane, resultado com que as duas equipas chegaram ao intervalo. No segundo tempo os pupilos de Pedro Dias entraram com o mesmo ritmo de ataque, assumiram o controle da bola e aumentaram a vantagem para 2-0; o golo foi apontado por Emiliano.

No cair do pano, os Balantas conseguiram reduzir a vantagem com um auto-golo do defesa central benfiquista, Hilário que num lance infeliz introduziu o esférico na própria baliza.

No final do jogo, o treinador encarnado, Pedro Dias, mostrou-se satisfeito com a conquista, tendo agradecido aos adeptos, aos sócios e aos dirigentes desta equipa e em particular à imprensa, pelo apoio que tem dado à equipa durante a temporada.

“Ontem era difícil chegarmos a este nível mas, se hoje chegamos é porque alguma coisa foi feita, espero que esta organização e a dinâmica se mantenham” disse Pedro Dias.

Por seu turno, o técnico de Balantas de Mansoa, Bacari Sanhá, disse que a vitória dos encarnados é justa porque os jogadores do Benfica sabem gerir bem o resultado, mas também disse que a sua equipa teve muitas ocasiões de golos mas não tiveram sorte, alegando a falta de maturidade aos seus rapazes."

http://www.jornalnopintcha.com/desporto/848-aguia-fez-dobradinha-na-epoca.html

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Laboratório na 5ª esquadra

No dia 12 de Julho a Direcção Nacional da Liga Guineense dos Direitos Humanos divulgou o seguinte comunicado de imprensa:

“A Guiné-Bissau enquanto sujeito do direito internacional, proclamou à semelhança dos outros estados modernos, a sua adesão aos princípios e valores universais da democracia e do estado de direito, em consequência, a observância da lei constitui o fundamento, o limite e o critério de actuação de todos quanto ostentam o poder de autoridade, desde os órgãos de soberania até ao cidadão comum. Especial das forças de segurança que têm com missão garantir a ordem pública, cumprimento integral das leis e protecção dos direitos humanos.

Infelizmente, o país foi surpreendido mais uma vez, com as tristes informações do assassinato de um cidadão nacional de nome Fernando Té que foi supostamente espancado no passado dia 10 de Julho até à morte por agentes da Polícia de Ordem Pública afectos à 5ª esquadra, em Bissau.

Esta esquadra de polícia tem sido referenciada durante vários anos, como um autêntico laboratório da prática de torturas, de tratamentos degradantes e desumanos contra os cidadãos, numa clara violação à constituição e aos instrumentos internacionais em particular, a Convenção das Nações Unidas contra a Tortura, Tratamentos Cruéis e Degradantes. Por outro lado, este ignóbil acto, evidencia mais uma vez, a necessidade imperiosa da reforma nos sectores de defesa e segurança, o mais urgente possível em homenagem, aos valores da democracia e estado de direito, nomeadamente, tolerância, Justiça e respeito pelos direitos fundamentais.

Face ao acima exposto, a Direcção Nacional da Liga Guineense dos Direitos Humanos delibera os seguintes:
1. Condenar vigorosamente esta acção criminosa dos agentes da polícia de ordem pública.
2. Exigir do Ministério do Interior a criação de uma comissão de inquérito conclusivo tendente a traduzir à justiça os responsáveis morais e materiais deste acto inaceitável num estado de direito.
3. Exortar ao Comissariado Geral da Policia de Ordem Pública no sentido de tomar medidas urgentes com vista a pôr cobro às práticas reiteradas de tortura nas esquadras de Policia com particular destaque para a 5ª esquadra.
4. Solidarizar-se com a família enlutada e rogando a Deus que a alma do malogrado descanse em paz eterna.”

terça-feira, 13 de julho de 2010

Retrocesso grave

O Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação (de Portugal) afirmou à Agência Lusa que houve um retrocesso grave na consolidação da Guiné-Bissau após a recente intervenção militar liderada pelo Major-general António Indjai, entretanto nomeado Chefe das Forças Armadas.

"Na Guiné-Bissau, houve um retrocesso extremamente grave na consolidação do país, na consolidação das condições políticas e na criação de confiança junto da comunidade internacional", disse João Gomes Cravinho na segunda feira, após a apresentação da versão portuguesa do relatório Perspetivas Económicas em África, em Lisboa.

http://dn.sapo.pt/Inicio/interior.aspx?content_id=1617322

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Risco de desastre na linha da frente

O Contra-almirante Bubo Na Tchuto continua a movimentar-se livremente por Bissau acompanhado pela sua guarda privada de fuzileiros. A comunicação social continua a falar das suas relações com políticos com cargos de elevada responsabilidade. As suas visitas às instalações da Marinha tornaram-se prática recorrente demonstrando assim bem a sua presença e poder diante daqueles que lhe pensem fazer frente. Em Abril deste ano foi colocado pelos EUA na lista de suspeitos de envolvimento no tráfico de droga.

Durante a cerimónia de tomada de posse do General Indjai, no dia 25 de Junho, foi bem visível nas imagens televisivas a posição que o Contra-Almirante pretendeu ocupar no evento, ao colocar-se na linha logo após o novo Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas. Presentemente o Contra-Almirante não ocupa qualquer cargo de chefia no seio das Forças Armadas. Esta situação provocou um atraso nas cerimónias pois o Presidente recusou-se a entrar na sala enquanto não fosse rectificada a situação. O protocolo de Estado foi obrigado a intervir solicitando ao Contra-Almirante Bubo que se colocasse logo após os três chefes dos ramos das Forças Armadas. Embora contrariado este aceitou as instruções. Só depois o Presidente fez os cumprimentos. Apesar da aparente simplicidade do incidente fica bem demonstrado qual a posição de força actual do Contra-Almirante. Os três chefes dos ramos nada disseram e aceitaram que este se colocasse à sua frente na parada.

As recentes declarações do Presidente da República em reacção aos acontecimentos que envolveram as forças de polícia e os militares, dizendo que o “país não pode ficar para sempre refém das Forças Armadas” deveriam querer significar muito e deveriam implicar grandes mudanças. No entanto os maus exemplos do passado não agoiram nada de positivo. O Chefe de Estado repudiou também na 6ª feira, dia 9 de Julho, o constante envolvimento dos militares em questões do narcotráfico e afirmou que o tráfico de drogas deve acabar no país. Infelizmente, como se sabe, não será apenas com palavras que as situações de abuso e de ilegalidade perpetuadas pelas Forças Armadas irão ter um fim. Serão estas declarações para consumo interno ou apenas para animar a comunidade internacional? Haverá para breve alterações nas chefias dos ramos das Forças Armadas permitindo a nomeação do Contra-Almirante Bubo como Chefe da Armada?